sábado, 20 de março de 2010

Conflitos étnicos

“Como nós devemos lidar com situações históricas, nas quais comunidades tenham sido despedaçadas por violentos conflitos étnicos, religiosos ou raciais que resultaram em violações absurdas dos direitos humanos e crimes contra a humanidade?”

Esta pergunta foi formulada pelo professor Morton Winston da Universidade de New Jersey e nos leva a dois raciocínios. O primeiro de que a justiça deve ser feita; os culpados, causadores de tais conflitos presos, e julgados com toda severidade devida à gravidade do ato praticado. O segundo pensamento é de que o perdão deve ser aplicado, para que os envolvidos possam se reestruturar e retornar às relações pacíficas, curando as feridas físicas e emocionais deixadas pelo fato. Ora, como apontar uma ou outra destas teses como a mais adequada?

Tomemos como caso concreto os conflitos étnicos africanos. Angola um país da costa ocidental da África, riquíssimo em recursos naturais como petróleo e diamantes, passou por um longa guerra civil que causou deslocamentos enormes de populações, destruindo laços familiares e étnicos, e que deixou um saldo de um milhão e meio de mortos, centenas de milhares de refugiados e uma estimativa de 5 a 7 milhões de minas terrestres enterradas pelo território. Mas as feridas deixadas por tal conflito vão além destas estatísticas.

Aplicando a primeira tese de que a justiça deve ser feita, temos a visão de alguns líderes presos, acusados formalmente por crimes de guerra; fato que não eximiria a sede por justiça dos envolvidos, e que inevitavelmente transformariam este sentimento em vingança, levando a um conflito interminável.

Por outro lado, o perdão nem sempre encontraria espaço em meio às mazelas provocadas por anos de conflito.

Desta maneira concluímos que há uma interseção entre o perdão e a justiça, muito difícil de ser apontada, mas que na maioria dos casos deve ser procurada à exaustão, por ser um caminho equilibrado na resolução de situações adversas.

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