É assustador perceber o descaso com que a sociedade brasileira tem tratado os professores e todo o setor educacional no nosso país. Aconteceu na última segunda-feira (05 de abril de 2010) em uma escola municipal no Rio de Janeiro uma agressão por parte de um aluno de 12 anos contra a diretora desta. A violência chegou a tal ponto na instituição que quem controlou a indisciplina ali foi a Guarda Municipal.
As testemunhas disseram que o problema surgiu desde a semana anterior quando em um tumulto no pátio da escola o adolescente tentou entrar no gabinete da diretora e foi impedido, reagindo com socos e pontapés. Os professores tiveram que se esconder e presenciar a diretora ter que ser xingada e maltratada por este menor.
Após a agressão a escola chamou a mãe do aluno, o que ao invés de juntos conseguirem encontrar uma solução, só fez aumentar a violência. Tendo em vista que esta não só quebrou fio do telefone quando a diretora tentou ligar para polícia, como voltou com uma comitiva para invadir o colégio. O que resultou em uma verdadeira depredação à escola. Os professores foram ao sindicato pedindo providências ao Ministério Público e a prefeitura. A diretora, por sua vez, pediu uma licença para cuidar da sua saúde.
Em toda essa situação cabe-nos perguntar quem são os culpados? Como fazer justiça e como aplicar o perdão? Por um lado, temos um aluno que estuda em uma escola entre duas favelas na cidade que alguns ainda insistem em chamar de maravilhosa, o qual só tem sido reflexo de tudo que tem vivenciado neste ambiente. Ao passo que por outro, temos professores e diretores querendo exercer as suas profissões e sendo anuladas disto por causa da violência que suprime todas as suas habilidades e os toma de um temor por não saber o que esperar do seu próximo dia de trabalho.
Fazer justiça neste caso requer analisar a culpa da criação que os pais deram a esta criança, mas também do governo que não resolve o problema da violência nas favelas, da sociedade que não consegue encarar tais problemas, porque ouvimos noticias como esta no Jornal -nos assustamos- mas logo passa. Como perdoar um adolescente tão rebelde? No entanto, como não perdoá-lo se olharmos exclusivamente para todo o seu contexto de vida?
HADOUCKEEEEM !
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