O filme se passa em New Orleans e conta a história dos bastidores de um processo milionário, nele ocorre um homicídio doloso, com arma de fogo, no escritório de uma empresa, e a viúva de uma das pessoas assassinadas resolve buscar indenização pela morte de seu marido, processando a indústria de armas.
A indústria de armas contrata, a peso de ouro, um eficiente escritório de advocacia capaz de vencer qualquer causa. A viúva é defendida por um modesto escritório, mas também considerado bastante eficiente. O escritório contratado para defender a indústria de armas é coordenado por um homem altamente especializado em investigar a alma humana. Seu papel será escolher os jurados que irá impugnar minimizando as chances de uma derrota.
Os planos de vitória da indústria de armas são ameaçados com a interferência de um casal de namorados que estão tramando a manipulação do corpo de jurados. Fazem chantagem para ambos os lados do processo buscando dinheiro em troca de influência da tendência do júri. Manipulação, corrupção e sabotagem marcam o filme.
Este filme mostra claramente quão falha e absurda pode ser a Instituição do Júri. Constitucionalmente a Instituição do Júri foi criada para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. A previsão encontra-se inclusive na Constituição Federal de 1988. A Constituição quis, em face da comoção popular que normalmente acontece nos crimes dolosos contra a vida, retirar a possibilidade de decisão de um só (juiz), e estende-la para a sociedade, uma vez que os jurados são representantes do povo. O objetivo do legislador foi entregar para a sociedade o autor do crime, buscando diminuir a ira da massa.
Isso nos leva a indagar algumas coisas como: será que existe mesmo justiça, no fato de sete pessoas decidirem o destino de outra? Haverá algum tipo de perdão para essa pessoa, ou ela já chega ao tribunal acusada devido ao fato da notoriedade do caso? A resposta é depende, são pessoas que não acompanharam as investigações, que não leram o inquérito, que não tiveram acesso à leitura dos autos do processo, que nada sabem a respeito da vida e das circunstâncias do crime. Tudo que sabem é o que está sendo narrado pelo promotor e pelo advogado de defesa, dessa forma tem que existir uma imparcialidade total na cabeça dessas pessoas, imparcialidade essa que é quase impossível, graças a seus próprios pré-julgamentos, aos da mídia, às crenças dessas pessoas e vários outros fatores que tendem a lhes levar para um lado ou para outro. Um caso bastante atual e que remete bem a esse tema tão controvertido que é o da justiça e perdão ou a falta deles no sistema do tribunal do júri é o do casal Nardoni. Antes mesmo do julgamento, a sentença já estava na boca de toda população: culpados. A mídia não falava em outra coisa e após cinco dias de julgamento saiu à sentença, 31 anos para o pai e 26 para madrasta, lembrando que não estou defendendo os acusados, só demonstrando um exemplo claro de um tribunal do júri que por causa de todo o estardalhaço que houve na mídia em volta do caso, já possuia seus pré-conceitos em torno do mesmo, antes até de entrarem na sala da audiência.
É interessante também debater sobre o perdão. Será que uma pessoa dessas que passou por um tribunal do júri tão comentado em todo país terá perdão algum dia? Mesmo que essa pessoa cumpra toda sua pena, será que quando estiver na rua ela já estará perdoada? Possivelmente não, essas pessoas serão sempre reconhecidas como criminosas e dificilmente conseguirão algum dia retomar suas vidas. Portanto é de tamanha importância raciocinarmos se é mesmo justa a existência um tribunal do júri, devido principalmente a algazarra que este proporciona na mídia e na população em geral.
Concluindo, é bem ilustrativo assistir o filme, pois ele mostra a fragilidade do sistema do júri. Comparações à parte ambos os sistemas, tanto o americano como o nosso são sistemas precários e passíveis de falhas. Necessitam de mudanças efetivas para o bem da sociedade e para a correta promoção da justiça. Espero que gostem do filme.
Este filme retrata muito bem mesmo como o homem é passível de ser manipulado, e consequentemente como o nosso Direito, através do Tribunal do Júri pode perdoar quem não deveria, deixando assim, a justiça de lado... Gostei bastante do texto!!
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