Os indivíduos tem em sua essência a competitividade, sempre querendo alçar voos mais altos do que sua condição o permite, e quando se fala em justiça o indivíduo não agirá diferente pois sempre se sentirá o mais justos dos homens..
Todos temos um conceito individual do que seja justo, mas por outro lado existe um conceito de justiça que abrangeria não só o indivíduo em seu particular, mas o individuo em sua esfera pública, ou seja, um sentido de justiça coletiva.
Quando se tratar de uma decisão tomada por um Outro ,seja ele a sociedade ou subgrupo existente nela, a pessoa que foi afetada com essa decisão e que se sentirá profundamente injustiçada, mas, por outro a sociedade achará que aquela decisão foi a melhor a ser tomada pelo bem da coletividade e para a convivência harmônica e pacificadora.
Temos como exemplo a condenação de alguém que rouba, a sociedade terá certeza que a pena que lhe foi imputada foi a melhor medida a ser tomada, pois alem de condenar um infrator ela também servirá de exemplo para que outros não pratiquem aquela conduta desviante, mas, com certeza o indivíduo e seus familiares irão achar que foi injusta e , que merecia o perdão ou que sua pena fosse diminuída .
Existem portanto, varias pontos de vista e vários ângulos de uma mesma situação que nos leva a julgar de acordo com nosso preceitos, educação e aprendizado do que seja certo ou errado.
Como diz Miguel Reale . "Se os homens fossem iguais como igual é a natural inclinação que nos leva à felicidade, não haveria Direito Positivo e nem mesmo necessidade de Justiça. A Justiça é uma valor que só se revela na vida social, sendo conhecida a lição que Santo Tomás nos deixou ao observar, com admirável precisão, que a virtude de justiça se caracteriza pela sua objetividade, implicando uma proporção ad alter.
Se todos atingissem a fidelidade não seria necessário a justiça,uma vez que todos teriam uma convivência harmônica e feliz, mas como todos nos sabemos isso seria uma utopia. Pois os indivíduos sempre buscam uma felicidade individual, egoísta e egocêntrica. Nessa sociedade utópica o perdão seria um preceito fundamental.
O perdão assim como a justiça não são algo de fácil definição,por este não se restringir apenas ao ato de perdoar., mas também pode ser visto como uma renuncia a reclamar um castigo merecido,por um delito ou uma ofensa, ou ser também um ato de generosidade.
Segundo Raimon Panikkara experiência do perdão rompe todos os nossos esquemas, tanto da inteligência como da vontade. A inteligência não pode desconhecer que me fizeram um mal irreparável (torturaram minha filha até a morte, por exemplo). A vontade não pode não querer que se haja “justiça” e se pague a dívida. E se perdoo não é porque creio em sua conveniência (quem sabe se o castigo não é saudável?) ou porque quero perdoar (para ser bom ou ter méritos), mas o faço espontânea e livremente (quando verdadeiramente perdoo).
Portanto o ato de perdoar também e um meio de fazer justiça, uma vez que praticarmos esse ato de nobreza nos tornamos seres melhores e mas justo, passando por cima de situações que julgamos indignas ou injustas e reconhecemos que somos seres humanos passiveis de erros e acertos .Ao reconhecemos nosso erros e pedirmos perdão estamos cometendo um ato justo,e quando perdoamos alguém também estamos sendo justos não só com nos mesmo mais com os ensinamentos cristão.
Vale ressaltar que por exemplo, as hipóteses de homicídio culposo e lesão corporal culposa, o juiz pode deixar de aplicar a pena: se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma que a pena se tornará desnecessária. (art. 121, parágrafo 5º, e art. 129, parágrafo 8º CP).
O perdão e a justiça podem ter uma relação como acima sitado, mas nunca poderá existir perdão sem que se haja com justiça, pois ao perdoamos seremos justos com nossa consciência ou melhor com nos mesmo. Mas há também situações em que nunca poderá haver uma relação entre perdão e justiça , como por exemplo,nos casos de pedofilia.
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