quinta-feira, 20 de maio de 2010

O PAPA BENTO XVI EM DISSONÂNCIA COM O PERDÃO E A JUSTIÇA


No dia 22 de abril de 2010, o Papa Bento XVI disse que a justiça e o perdão são os pilares da paz tão necessária na sociedade de hoje.
Em seu discurso, o Papa recordou as boas relações entre a antiga República da Macedônia e da Santa Sé, prometendo conseguir que as aspirações e os esforços do país façam parte de uma Europa unida em uma condição de aceitar os direitos e deveres e no respeito mútuo, aceitando os valores tradicionais de cada povo.
O compromisso dos macedônios de promover o diálogo e a coexistência entre as diferentes realidades étnicas e religiosas que constituem o país ajudaram a criar um clima no qual as pessoas se reconhecem como irmãos, filhos do mesmo Deus e cidadãos de um país.
Sabemos, entretanto, que a paz não é simplesmente o resultado de planejamento das atividades humanas, mas, sobretudo um dom de Deus aos homens de boa vontade. Justiça e perdão são os pilares dessa paz. Justiça garante o pleno respeito dos direitos e deveres, e perdão é a cura, reconstruindo a partir do zero as relações entre as pessoas, que ainda sofrem as conseqüências dos confrontos entre as ideologias do passado recente.
O Papa pretende, assim, oferecer o seu contributo sincero na construção de sociedade mais justa e fraterna, baseada nos valores cristãos que têm enriquecido a consciência de seus habitantes.
Os católicos têm, além da fé e da compaixão, o perdão como a maior virtude entre os seus praticantes. Suas leis têm poucos mandamentos, porém são claríssimos e garantem vida eterna àqueles que os cumprem aqui na terra. A vida em sociedade, por outro lado, precisa de regras definidas que têm de ser obedecidas independentemente de credo religioso, posição social e vontade pessoal.
Porém muitos seguidores da Igreja aprendem a usar os benefícios, esquecendo os deveres e os sacrifícios, para purificar suas almas. Acreditam e pregam que o perdão deve ser realmente infinito para qualquer tipo de pecado. Exploram a crença e a bondade alheia praticando todo o tipo de atrocidade.
No dia 11 de maio de 2010 em visita a Portugal, o Papa Bento XVI afirmou que o maior sofrimento da Igreja não vem de inimigos externos, mas de seu próprio "pecado", em sua referência mais forte atual à crise de escândalos de pedofilia envolvendo o clero. Segundo ele, “os ataques contra a Igreja e o Papa não vêm somente de fora, os sofrimentos vêm de dentro da Igreja, do pecado que existe na Igreja”.
Para o Papa, o perdão, nesses casos, não substitui a justiça. “A Igreja tem uma profunda necessidade de aprender o perdão e também a necessidade de justiça", reagindo à série de revelações sobre crimes de pedofilia cometidos por padres e religiosos que a assolam.
Nossa formação religiosa é importante para a convivência em sociedade, mas alguns pecadores ainda não estão preparados para serem perdoados, ou entendem que para tudo existe perdão. Talvez essa tolerância com os erros tenha contribuído para o descontrole no comportamento das pessoas, gerando todas as formas de injustiças que temos visto atualmente.

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