segunda-feira, 17 de maio de 2010

Injustiça e perdão

Há alguns dias, enquanto acessava um site de notícias, deparei-me com a seguinte manchete “DNA inocenta homem que passou 29 anos preso por estupro”. A reportagem tratava da história de Raymond Towler, um homem, norte-americano, que trabalhava como músico e tinha acabado de fazer 24 anos, quando foi condenado a prisão perpetua. Após 29 anos na prisão condenado por rapto e estupro de uma menina de 12 anos e de um menino de 13 anos foi libertado, depois que exames de DNA o inocentaram.
Raymond passou boa parte de sua juventude, e os anos mais produtivos de sua vida em uma prisão, por causa de um erro, que acabou sendo corrigido apenas muitos anos depois. A dor da família, e o sofrimento de quem crime algum cometeu são incalculáveis, porém o mais surpreendente foi a reação do inocentado, que, ao ser indagado sobre o que estava sentindo respondeu: "Este é o melhor dia da minha vida, é pura alegria. Não sinto ódio por ninguém".
Quantos de nós ficaríamos com o ódio a flor da pele, com um desejo de vingança dos responsáveis que fizeram tão barbárie, além da demora para correção do problema, já que na época da condenação não existia uma tecnologia avançada para os exames criminológicos, mas há muitos anos já existe o denominado DNA, o que já poderia ter inocentado Raymond muito antes de 2010, lhe dando mais oportunidade de reconstruir sua vida.
A capacidade do personagem dessa história de não guardar magoas é, no mínimo, superior maioria dos seres humanos, mas esse fato nos conduz a outras reflexões, quantos e quantos Raymonds existem em nossas prisões? Quantos inocentes teremos que manter presos, condenados pela ineficiência dos sistemas de investigação e judiciário que temos?

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